Cinema e CriaTVdade

Percepções, olhares apaixonados, risos, lágrimas, medo. Sensações apreciadas a cada filme, música, leitura independente de idioma, cultura ou gênero. Eis um convite aos apreciadores de arte: um bom bate - papo daqueles sem hora para terminar e que nos irradiam alegrias, motivações e conforto.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Um bate papo sobre a MPB

A arte de entrevistar. Este momento que inebria e até mesmo deixa muitos jornalistas sem sentido é o tema da discussão.
A qualidade de uma boa matéria depende muitas vezes do retorno da entrevista. Nem sempre a "estrela" da matéria , o entrevistado, está disposto a falar ou "se abrir" com aquele estranho no ninho: o jornalista.
Esta "criatura sem pudores" que aborda as pessoas de forma direta sem cogitar a timidez, a privacidade ou mesmo a não vontade de se comunicar.
São desafios como estes que instigam os jornalistas a sempre querer saber um pouquinho a mais. Não fazem isto por mal, mas sim por curiosidade.
Assim para conduzir uma boa entrevista é fundamental ter habilidade , paciência e muita versatilidade.
Estes dias li uma proposta bem interessante. Há uns 2 anos meses, publiquei uma resenha aqui sobre o livro "a-Ha a U2, os bastidores da música pop "escrita por Zeca Camargo.
Zeca abre, literalmente, sua bagagem musical para o leitor. E é possível encontrar muitas novidades e curiosidades que poucos têm acesso.
Diferente desta idéia, o também jornalista José Roberto Santos Neves, recentemente pblicou o livro "MPB - de covnersa em conversa" como resultado de 10 anos de experiências em entrevistas com os artistas da Música popular brasileira divulgadas parcial ou integralmente no Caderno Dois, do Jornal A Gazeta, de 1995-2005.
Além de divertido, os encontros e desencontros com as fontes são preenchidos por momnetos de energia, crítica, reclamações e muitos desabafos das fontes.
Uma das entrevistas mais ácidas é a da Ivete Sangalo, que afirmou na época "ter 28 anos e portanto não ter experiência suficiente para distinguir a boa música da medíocre". É no mínimo uma postura infantil da parte dela.
Os pontos fortes do livro são a aula continua da história da MPB que a cada nova entrevista se complementa.
Ali se conhece o Clube do Esquina, O Tropicalismo, alguns mitos e verdades nunca ditos.
Das polêmicas destaca-se a questão da pirataria, a falta de oportunidade para exibição de novos materiais e a crítica sobre os artistas que precisam ser reconhecidos pelo exterior , para ter novos cds lançados como foi o caso do sambista Nelson Sargento.
É uma leitura fácil, bem característica do jornalismo cultural.
José se permite inebriar por sua dmiração pelos artistas sem deixar transparecer o profissionalismo e até mesmo o controle das emoções.
Ele também é autor da biografia Maysa, da coleção grandes nomes do Espírito Santo.

Serviço:
a MPB de conversa em conversa
José Roberto Santos Neves
Ano: 2006
À venda nas livrarias Logos,
Leitura (Shopping Vitória), Prazer da Leitura (Praia do Canto), Huapaya (Jardim da Penha) e Nobel (Praia de Camburi e Guarapari), além do Hortifruti (Praia da Costa), que tem uma seção dedicada a autores locais.
Preço: R$ 30,00.
Contato direito com o autor: http://neves-jose@uol.com.br




sábado, fevereiro 17, 2007

Entrevista: José Roberto Santos Neves


Quando o papo é bom, passa rapidinho o tempo. Foi assim o clima da entrevista com o jornalista do Caderno Dois, jornal A Gazeta, José Roberto Santos Neves que recentemente publicou seu livro "MPB de conversa em conversa". Durante os 42 minutos de bate papo, segundo meu gravador, José falou um pouco sobre a sua paixão pela música, compartilhou alguns conselhos para os aspirantes a jornalista e reafirmou seu amor por Clara Nunes e Maysa. Além dele discutir a importância de se manter a memória deste país por meio de biografias. Confira abaixo o resultado de tudo isto. Na próxima edição, a resenha do Livro.

Cinemaecriatividade: Conte nos um pouco sobre a sua história com a música.
JRN: Isto vem de berço. Cresci ouvindo Maysa, Dolores Duran, Bossa Nova, Ary Barroso. Quando cheguei a adolescência passei a ouvir muito rock, influenciado pelo meu irmão mais velho que é guitarrista. Eu toco bateria e já participei de alguns grupos como The Rain(1994) e Big Bat Blues Band(2006). Aprecio muito o rock dos anos 70, Iron Maden, Deep Purple, Scorpion. Já dos anos 80, curto bastante Paralamas, Lobão e Renato Russo.
Cinemaecriatividade: Desde quando surgiu este interesse especial pela MPB?
JRN: Quando era criança ouvia muito caetano, Gil, Rita. Profissionalmente, esta paixão surgiu na década de 90, como estagiário e depois repórter para a página Fanzine voltado para o público jovem. Na época o rock era pouco representado nas páginas culturais do Estado. Hoje, acredito que o problema seja representar o interesse musical do pessoal ente 40 e 50 anos.
Cinemaecriatividade: Quantos e quais livros ligados a música , você já publicou?
JRN: Dois Volumes. O primeiro foi a biografia sobre a cantora Maysa. Esta foi uma experiência maravilhosa, afinal a biografia é uma grande reportagem jornalística. O segundo foi MPB, de conversa em conversa, que conta a minha experiência no contexto musical.
Este não é um bê-a-ba, está mais para um manua,l sem muitas regras, cujo o objetivo é contribuir com alguns procedimentos que deram certo.
Cinemaecriatividade: Quais as características, você acredita que fazem de um jornalista, um bom entrevistador?
JRN: Ele tem que ser chato. (risos). Tem que acreditar, fuçar tudo. Tratar a pauta(NE: roteiro para uma matéria jornalística) como se fosse a coisa mais importante da sua vida. O ideal é você ler o máximo de informações sobre o entrevistado, inclusive fazer pesquisa no Cedoc do jornal(NE: Centro de banco de informações já publicadas sobre determinada pessoa ou assunto). O legal é conhecer o material do artista bem, para na na hora de fazer as perguntas conseguir criar uma perspectiva histórica dele e não ficar só no factual. Acredito que o jornalista é um porta-voz. Portanto, ele tem, muitas vezes, a missão de desvendar a leitura do trabalho do artista. Logo, o jornalista cultural não pode ser escravo do factual. Aconselho a mesclar as perguntas opinativas e cotidianas.
Cinemaecriatividade: A exemplo de Ângela Ro-ro que foi grande influente", mesmo que indiretamente, na idealização do livro, como você lida com as pessoas que são "low - profile"? Você tem algum mantra?
JRN: Não tive muitos problemas com artistas vaidosos. Ângela não estava numa boa fase da carreira quando a entrevistei. O importante é ter jogo de cintura e se preparar bem para uma entrevista. Se o entrevistado sentir que o jornalista não estudou a lição, ele se torna apático. Isto aconteceu comigo na entrevista da Elba(Ramalho), pois não tive muito tempo para ouvir o novo disco, ela percebeu isto e foi muito chato realmente.
Cinemaecriatividade: No seu livro, o assunto "Samba" está muito presente nas discussões. ISto foi algum tipo de homenagem?
JRN: A idéia era mostrar a história, através da MPB. Com o surgimento do samba no século XX, veio a chegada do disco. Nos anos 30 e 40, se deu o aparecimento dos cantores de vozeirão. Já os anos 50, foi marcado pela transição do samba-canção para a bossa nova. Na ditadura, muitas canções e movimentos musicais de protesto. Não quis me fechar no termo tradicional MPB. O samba é o símbolo da identidade nacional. Acredito que ele é a expressão máxima da população. Como foi dito em uma música por Nelson Sargento:
"O Samba agoniza, mas não morre"
Hoje, existe sambanejo, com estas letras sofríveis. Apesar de todas as dificuldades, o samba se mantém vivo. Um bom exemplo é o fato de depois da invasão da disco music, alguns artistas criaram o Clube do Samba e este se renovou.

Cinemaecriatividade: Uma das entrevistas mais ácidas foi a de Ivete Sangalo, principalmente pela afirmativa "Tenho 28 anos e ainda não tenho experiência suficiente para distinguir a boa música da medíocre. Qual o impacto deste posicionamento para o reconhecimento dela como cantora de MPB e não de axé music?
JRN: Ela está muito acostumada com a frivolidade e a fofoca.
A imprensa capixaba, normalmente, só pede para o artista mandar recado para os fãs locais e fica nestas amenidades
Como eu expus um confrontamento sadio entre jornalista e entrevistado, ela rodou a baiana, literalmente, e perdeu a compostura. Ivete se posicionou como cantora de Axé Music.
Ela tem potencial para ser cantora de MPB. Quando saiu da Banda Eva, asssisti a um show dela em 97 e fiquei animado pelo fato dela ter cantado Gil, Elvis, Simonal, Cassiano e Black Music brasileira.
Contudo, seu primeiro cd foi um decepção. Hits como canibal são muito fracos e sem qualidade musical.
Cinemaecriatividade: Em virtude, de matérias bem apuradas, em dois momentos espec[ificos, você conseguiu a atenção de astros da MPB como Adriana Calcanhoto e Caetano Veloso? Como estes acontecimentos afetaram a sua carreira e o reconhecimento dos colegas de profissão?
JRN: A conquista da credibilidade vai aos poucos. O reconhecimento deles foi maravilhoso, mas é o conjunto de obras. No caso de Caetano, o melhor foi a questão do "furo"(NE: exclusividade de um jornal em antecipar uma divulgação de um fato) na concorrência, pois eles nem chegaram a cobri, já que Caetano não iria, inicialmente, ceder entrevista.
Com a Adriana, o prestígio foi diferente, pois fui convidado para uma coletiva(NE: formato de entrevista) com apenas 1 jornalista do Rio, outro de São Paulo e um do Rio Grande do Sul, estado dela. Isto me valorizou perante as fontes.
cinemaecriatividade: Em relação ao passado, anteriormente, você disse que gostaria de ter entrevistado Clara Nunes e Maysa. Atulamente, na geração ainda viva, quem entra para a sua lista de músicos almejados?
JRN: Acho que o Chico Buarque, Mônica Salmázio, Tereza Cristina, alguns grupos de choro. A gravadora Biscoito Fino tem feito um trabalho belíssimo. Eu prefiro ficar com os mortos(risos). A gente é muito carente de memória. Gostaria de contribuir para evitar que esta perda de referência histórica aconteça. Por isso, acho maravilhosa a idéia de biografia. É um trabalho de pesquisa que você não tem a fonte principal, portanto tem que garimpar e vascular a discografia do artista. Para mim, a Maysa foi um projeto muito especial. Sou apaixonado pela Clara Nunes e pesquiso a vida dela.

* foto arquivo do autor

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Doação de Livros

Caros leitores,

Saudações. Como foi falado antes aqui é fundamental o incentivo à leitura. Portanto, peço a colaboração de todos, que tenham interesse em ajudar aos novos futuros leitores, para doar livros para dois projetos da Organização não governamental ACES( Ação Comunitária do Espírito Santo).
Estes são os projetos Anzol, na Barra do Riacho e também o Centro de Capacitação Profissional(Cecap), em Vista Dourada. O objetivo é aumentar o acervo destas bibliotecas que atende a demanda de crianças, adolescentes e adultos.
As doações devem ser entregues na sede da Aces, de segunda a sexta, das 8h às 18h. Na Praça Costa Pereira, Edifício Michelini, 52, 12º andar, Centro, Vitória. (27) 3222-1388. Informações pelo telefone ou por e-mail: aces_comunicacao@yahoo.com.br
A responsável pela comunicação da Aces é a jornalista Lívia Bassi.
Participem! Até a próxima.

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Isto não é brincadeira de criança

O que mas me fascina na leitura é a possibilidade de total imersão nesta realidade de sonho. Uma paixão que cultivo desde muito menina e que sempre cultivou e cativou a minha curiosidade.
A escola do jornalismo não foi à toa. Outra certeza que encontrei desde que moro no Espírito Santo, foi este meu dom de "mafalda", questionadora. Apelido dado pelos meus amigos do Salesiano.
Muito da bagagem que tenho, aprendi nos livros. Por isto, insisto no incentivo à leitura.
O meu envolvimento é tanto que nem espero chegar no meu itinerário. Leio dentro do ônibus e.
perco a noção do tempo e espaço. Já perdi as paradas de ônibus, algumas vezes.
Do meu tempo de adolescência, lembro me de uma coleção de livro, especialíssima, que encantaram minha vida em São Paulo. Quantas vezes não sentei naquela biblioteca pública da VIla Prudente procurando um novo exemplar de Pedro Bandeira.
Este escritor maravilhoso que consegue discutir com os adolescentes sobre os mais diversos assuntos sem tornar seus leitores infantis.
Para começar, a minha dica é ler toda as aventuras dos Karas, cinco adolescentes de São Paulo que a cada livro descobrem novas experiências e se tornam verdadeiros detetives em busca de solucionar episódios que muitas vezes, passam despercebidos pelo olhar da sociedade e das instituições ligadas ao governo.
Recentemente, reli o segundo da série "Pântano de sangue" que discute sobre o crime organizado da máfica dos coureiros de jacarés no Pantanal.
A coleção completa é a Droga da Obediência, Pântano de Sangue, Anjo da Morte, Droga do Amor e Droga de Americana.
Siga as pistas das aventuras de Crâni, Miguel, Calu, Magri e Chumbinho e divirta-se.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

O Mundo (in) sustentável


Os assuntos de meio ambiente são para ambientalistas. A água é inesgotável. A poluição é inevitável e faz parte do desenvolvimento dos países. Estas e muitas outras afirmativas senso comum são "desmistificadas no livro mundo sustentável do jornalista André Trigueiro.
Um dos principais envolvidos na preocupação em divulgar os problemas ligados ao meio ambiente, bem como em encontrar soluções alternativas para viabilizar o chamda desenvolvimento sustentável, por meio da imprensa.
"Mundo sustentável" traz a discussão sobre o meio ambiente(água, lixo, entre outros), a partir de reportagens feitas, principalmente, pelo jornalista nas diversas mídias em que atua, tais como rádio, impresso, televisão e internet.
Os efeitos dos desperdícios e do aquecimento global podem ser observados em toda parte. No norte, as constantes nevascas não vieram e na califórnia(EUA), pela primeira vez em mais de 20 anos, nevou.
Cidades como São Paulo, a cada ano sofrem mais com enchentes pela redução abusiva das vias fluviais da capital.
Outro bom exemplo é relembrar dos chamados "apagões", uma realidade que já marcou Sampa, em 2000. O chamado rodízio provocado pela insuficiente quantidade de água nas hidrelétricas que abatsecem a região.
Contudo, no livro é possível descobri algumas soluções para minimizar os impoactos ambientais. No caso citado anteriormente, já existem iniciativas que aprendeream a reutilizar as águas das chuvas para atividade não potáveis confirma André, na chamada matéria " a solução que vem do céu".

Serviço
Mundo Sustentável - André Trigueiro Editora Globo Ano 2005 Preço médio: R$ 26,60 , à venda no site da fnac