Um bate papo sobre a MPB
A arte de entrevistar. Este momento que inebria e até mesmo deixa muitos jornalistas sem sentido é o tema da discussão.
A qualidade de uma boa matéria depende muitas vezes do retorno da entrevista. Nem sempre a "estrela" da matéria , o entrevistado, está disposto a falar ou "se abrir" com aquele estranho no ninho: o jornalista.
Esta "criatura sem pudores" que aborda as pessoas de forma direta sem cogitar a timidez, a privacidade ou mesmo a não vontade de se comunicar.
São desafios como estes que instigam os jornalistas a sempre querer saber um pouquinho a mais. Não fazem isto por mal, mas sim por curiosidade.
Assim para conduzir uma boa entrevista é fundamental ter habilidade , paciência e muita versatilidade.
Estes dias li uma proposta bem interessante. Há uns 2 anos meses, publiquei uma resenha aqui sobre o livro "a-Ha a U2, os bastidores da música pop "escrita por Zeca Camargo.
Zeca abre, literalmente, sua bagagem musical para o leitor. E é possível encontrar muitas novidades e curiosidades que poucos têm acesso.
Diferente desta idéia, o também jornalista José Roberto Santos Neves, recentemente pblicou o livro "MPB - de covnersa em conversa" como resultado de 10 anos de experiências em entrevistas com os artistas da Música popular brasileira divulgadas parcial ou integralmente no Caderno Dois, do Jornal A Gazeta, de 1995-2005.
Além de divertido, os encontros e desencontros com as fontes são preenchidos por momnetos de energia, crítica, reclamações e muitos desabafos das fontes.
Uma das entrevistas mais ácidas é a da Ivete Sangalo, que afirmou na época "ter 28 anos e portanto não ter experiência suficiente para distinguir a boa música da medíocre". É no mínimo uma postura infantil da parte dela.
Os pontos fortes do livro são a aula continua da história da MPB que a cada nova entrevista se complementa.
Ali se conhece o Clube do Esquina, O Tropicalismo, alguns mitos e verdades nunca ditos.
Das polêmicas destaca-se a questão da pirataria, a falta de oportunidade para exibição de novos materiais e a crítica sobre os artistas que precisam ser reconhecidos pelo exterior , para ter novos cds lançados como foi o caso do sambista Nelson Sargento.
É uma leitura fácil, bem característica do jornalismo cultural.
José se permite inebriar por sua dmiração pelos artistas sem deixar transparecer o profissionalismo e até mesmo o controle das emoções.
Ele também é autor da biografia Maysa, da coleção grandes nomes do Espírito Santo.
Serviço:
a MPB de conversa em conversa
José Roberto Santos Neves
Ano: 2006
À venda nas livrarias Logos,Leitura (Shopping Vitória), Prazer da Leitura (Praia do Canto), Huapaya (Jardim da Penha) e Nobel (Praia de Camburi e Guarapari), além do Hortifruti (Praia da Costa), que tem uma seção dedicada a autores locais.
Preço: R$ 30,00.
Contato direito com o autor: http://neves-jose@uol.com.br